Algo que fiz por acaso há alguns anos atrás e que me fez parar (ou saltar) para pensar…
Em meio a correria do dia-a-dia, quando chegou a esperada sexta-feira, como sempre, pensei comigo: que maravilha! vou acordar no sábado na hora que Deus quiser, cuidar da casa, do filho, do cachorro, das roupas, do almoço e mais tarde, iria continuar a trabalhar em um projeto importante da empresa que, como uma “super heroína”, prometi entregar na segunda. Bom, esta era a minha rotina todo fim-de-semana até que, para meu “azar”, meu marido veio quebrar esta rotina e me pedir um favor (já que ele estava sem carta de motorista) de levá-lo para Boituva: ele havia combinado há um mês de saltar de para-quedas pela primeira vez com uns amigos.
Imaginem só??!! Realmente ele não fazia ideia do que ele estava me pedindo. Perder o meu sábado? E pior: ter que acordar cedo! Acordei de mau humor e, a contra-gosto, dirigi o caminho inteiro jogando na cara dele que ele não tinha responsabilidade e que realmente ele não se lembrava mesmo que tinha família. Fazer algo totalmente insano, e ainda sem convênio e sem seguro de vida!
Chegando lá, já que o dia estava “perdido” mesmo, passei a observar o movimento. Vi que havia uns aviões tipo teco-teco fazendo muito barulho. Estes aviões (nem sei se posso chamar de avião) subiam e desciam com um bando de malucos, sem cinto de segurança e ainda nem havia banco para se sentar. Eu hein, estava na cara que este negócio não era seguro. Com certeza, este pessoal não tem compromisso com o trabalho e muito menos com a vida!
Sentei e olhei para o céu me perguntando: Meu Deus! Com tanta coisa para fazer, você permite que isto me aconteça? Enquanto olhava para o céu, pensando nos “meus problemas”, ansiando voltar para casa e para minha vida “normal”, comecei a reparar que haviam uns pontos pretos que caiam em uma velocidade tamanha. Iam aumentando até que, um saco colorido se abria e este monte de ponto preto se transformava em um monte de “mini-homens-pipas” que iam aumentando de tamanho e caiam deslizando. Antes de tocarem o chão, desciam num rasante só. Parecia uma chuva de “malucos-pipas coloridos”! É, parece ser legal (pensei)…mas EU? Como tenho pavor de altura, não nasci para isso!
Para resumir a história, posso dizer que em apenas um dia, acabei mudando este meu limitado ponto-de-vista. A observação de um “ponto de referência” (o meu, é lógico) visto por outro ângulo, me fez entender como somos “pequenos, egoístas e arrogantes” em relação a GRANDE NATUREZA DESSE UNIVERSO. Para chegar a esta conclusão, tive que olhar do seguinte ângulo: 45 segundos de queda livre em uma altura de 12mil pés! Literalmente, caí de para-quedas nesta aventura!
Incentivo àqueles que querem ver ver a vida de outro ângulo. Isso só reforçou a minha teoria de que os problemas tem o tamanho que damos para eles, uma vez que você e seus problemas parecerão beeeemm pequenos quando a porta do avião se abrir!
Outra coisa foi perceber que saltar de para-quedas é como a vida e o medo que às vezes nos paralisa de tomar várias decisões. Quer saber? Saltar não me fez perder o medo de altura ou ser mais corajosa. E sim, me fez entender sobre o medo, que temos que encará-lo de frente e ir com medo mesmo!
Agradeço ao meu marido e ao nosso filho (que também incentivou), pelo “acaso” da situação, por me proporcionar esta indescritível emoção!
Gisele Schaaf – Coach de Carreira & Planejamento Estratégico de Marketing
Autora do projeto CALIBRE-SE – Carreira com Liberdade e Realização